O Balanço Patrimonial é um dos principais instrumentos de análise financeira de uma organização, oferecendo uma visão detalhada sobre sua estrutura contábil em um intervalo de tempo específico.
Esse demonstrativo não apenas reflete a situação econômica do negócio, mas também serve como base para tomadas de decisão estratégicas, auxiliando na gestão de recursos e no planejamento financeiro.
Nos próximos tópicos, iremos explorar um pouco mais sobre esse assunto, destacando sua importância, sua estrutura e como calcular os principais indicadores financeiros. Vamos lá!
O que é Balanço Patrimonial?
O Balanço Patrimonial, ou Demonstração Contábil, é um relatório financeiro que detalha a situação contábil e econômica de uma empresa ou instituição em um determinado período.
Nesse sentido, o relatório abrange diversos indicadores, incluindo seus ativos (bens e direitos), passivos (compromissos financeiros) e o patrimônio líquido, isto é, a diferença entre tais indicadores.
Sendo assim, o balanço financeiro é um mecanismo indispensável, pois permite:
- Avaliar a dinâmica financeira da organização;
- Acompanhar a movimentação de recursos;
- Embasar decisões administrativas;
- Otimizar a gestão tributária.
Sendo assim, a demonstração contábil organiza-se de forma padronizada, ou seja, os ativos são listados à esquerda e os passivos e o patrimônio líquido à direita, sempre dispostos conforme seu grau de liquidez.
Dessa forma, ao contrário do balancete, o qual abrange pequenos intervalos, a demonstração contábil é a expressão objetiva e detalhada dos números que direcionam a gestão financeira com precisão.
Para que serve o Balanço Patrimonial?
Além de ser um requisito legal estabelecido pelo Código Civil para grande parte das empresas, o balanço patrimonial é fundamental para:
- Avaliar a evolução financeira de um empreendimento;
- Entender o fluxo de recursos dentro da organização;
- Servir de referência no desenvolvimento do planejamento estratégico;
- Contribuir para a estruturação do planejamento tributário, possibilitando identificar tributos pagos e estratégias para reduzir os custos;
- Tomar de decisões financeiras com maior precisão;
- Fornecer informações contábeis e financeiras relevantes para investidores em potencial.
Quando realizar o Balanço Patrimonial?
Como mencionado anteriormente, o balanço patrimonial é um demonstrativo contábil destinado a apresentar a situação financeira de um negócio em um determinado período.
Apesar da demonstração contábil ser realizada anualmente, cálculos podem ser realizados em intervalos menores para suprir a distintas demandas empresariais.
Conforme estabelecido no artigo 176 da Lei 6.404/76, no fechamento do exercício social, as organizações são obrigadas a apresentar diversos demonstrativos financeiros, elaborados a partir da escrituração contábil da empresa.
Sendo assim, tanto para pequenos empreendedores quanto para empresas de médio e grande porte, o balanço patrimonial se soma às demais obrigações contábeis e fiscais que precisam ser cumpridas.
Por isso, compreender sua função e saber como estruturá-la adequadamente é fundamental para o gerenciamento do negócio.
Vale destacar que, além desse relatório, é necessário elaborar o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), isto é, documento fundamental para a análise financeira da organização.
Como criar um Balanço Patrimonial?
Previamente a elaboração da demonstração contábil, é crucial apresentar um relatório contábil estruturado que contenha todos os registros financeiros referentes ao período avaliado.
Para isso, a escrituração prévia no Livro Diário é indispensável, pois nele são registradas todas as ocorrências contábeis, incluindo receitas, despesas e demais movimentações financeiras.
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a criação do relatório contábil e o registro das movimentações financeiras são obrigatórios para todas as empresas, exceto para Microempreendedores Individuais (MEIs).
Logo em seguida, confira as etapas para a produção do balanço patrimonial:
Defina o intervalo de avaliação
O balanço patrimonial reflete a situação financeira em um período determinado, geralmente elaborado anualmente, mas podendo ser ajustado conforme as demandas do negócio.
Identifique os ativos da empresa
Liste todos os bens e direitos, separando-os entre curto prazo (ativo circulante) e longo prazo (ativo não circulante). Após essa organização, some os valores e registre no balanço.
Identifique os passivos da empresa
Levante todas as obrigações financeiras, incluindo despesas contínuas e dívidas. Esses valores devem ser somados e incorporados ao balanço contábil.
Determine o valor do patrimônio líquido
O patrimônio líquido revela a real situação financeira da empresa, indicando o montante disponível para sócios ou acionistas após o pagamento das obrigações.
Nesse sentido, um valor positivo demonstra solidez, enquanto um negativo pode exigir ajustes financeiros.Para calcular, utilize a fórmula:
Patrimônio líquido = total de ativos – total de passivos.
Estruture o balanço patrimonial
Inclua os dados do negócio no documento e disponha os ativos de um lado, enquanto os passivos e o patrimônio líquido ficam do outro, organizados em ordem decrescente de liquidez.
Realize análises complementares e defina indicadores-chave
Além de avaliar a relação entre ativos e passivos, utilize métricas estratégicas para obter uma visão mais detalhada da performance financeira do negócio.
Alguns exemplos de indicadores são:
Retorno sobre Investimento (ROI);
Custo de Aquisição de Cliente (CAC);
EBITDA;
Lifetime Value (LTV);
Margem de Lucro e Ticket Médio.
Como calcular os principais indicadores de Balanço Patrimonial?
Conforme citado anteriormente, o balanço patrimonial auxilia no gerenciamento de indicadores, permitindo o acompanhamento de diversas métricas, as quais são cruciais para o funcionamento da empresa. Veja quais são eles:
Indicadores de liquidez
Os indicadores de liquidez permitem que gestores avaliem a capacidade da organização em cumprir compromissos financeiros de prazo reduzido e o volume de passivos circulantes e não-circulantes.
Entre os principais estão:
- Liquidez corrente: mede a capacidade do negócio de quitar suas obrigações de curta duração;
- Liquidez seca: avalia quanto a empresa pode destinar de seus ativos circulantes, excluindo estoques, para pagamento de dívidas;
- Liquidez imediata: considera apenas recursos de alta liquidez, como saldo em caixa, contas bancárias e aplicações financeiras de curta duração;
- Liquidez geral: oferece uma visão mais abrangente, verificando a capacidade de pagamento de obrigações com vencimento superior a um ano.
Indicadores de endividamento
Os indicadores de endividamento mostram o grau de endividamento de uma corporação, abrangendo débitos com funcionários, governo, fornecedores e, até mesmo, sócios e acionistas.
Entre os principais estão:
- Participação de Capitais de Terceiros (PCT): indica a proporção do capital da empresa proveniente de fontes externas;
- Composição do Endividamento (CE): avalia a distribuição das dívidas entre curto e longo prazo;
- Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL): mede a parcela do patrimônio líquido comprometida com ativos imobilizados, o que pode indicar menor liquidez e maior dependência de capital de terceiros;
- Imobilização dos Recursos a Longo Prazo (IRLP): analisa a quantidade dos recursos de longo prazo e do patrimônio foram imobilizados pela empresa.
Indicadores de renda
Os indicadores de rentabilidade avaliam o desempenho financeiro da organização, medindo sua capacidade de gerar retorno financeiro. Embora o ROI seja um dos mais conhecidos, há outras métricas importantes:
- Margem líquida (ML): representa a relação entre o lucro líquido e venda líquida, indicando o percentual de faturamento em um determinado intervalo de tempo;
- Retorno sobre ativos (ROA): demonstra a eficiência da empresa em gerar lucro a partir de seus ativos, como bens e direitos;
- EBITDA: sigla para “Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização”, é um indicador crucial para avaliar o desempenho operacional de um negócio;
- Retorno sobre patrimônio líquido (ROE): mede o lucro obtido em relação ao capital investido pelos sócios ou acionistas, revelando a rentabilidade do investimento.
Patrimônio líquido
O patrimônio líquido é um dos principais indicadores financeiros para a administração da empresa, refletindo sua saúde financeira e capacidade de investimento.
Nesse sentido, a análise ajuda a compreender se há recursos disponíveis para novos investimentos ou se é necessário priorizar a redução de dívidas. Essa avaliação orienta decisões estratégicas e a sustentabilidade do negócio.
Além disso, o patrimônio líquido engloba diversos componentes, como capital social, reservas de lucro e ações em tesouraria, desempenhando um papel fundamental na estrutura financeira da organização.